A expressão machista pode ser utilizada sem prejuízo de conteúdo pelas mulheres. A questão é as mulheres saberem o que esperar de cada tipo de homem.
Todo mundo já ouviu a expressão
“mulher pra casar e mulher pra curtir” – para horror das
feministas de plantão. Mas o que não se fala é que também há
homens para casar e para curtir. A questão é que as mulheres,
apesar de saberem do fato, não fazem bom uso disso.
Não acredita? Então me explica que
tipo de homem você escolhe ficar numa balada. A propósito, que tipo
de homem você espera encontrar numa balada? Claro que há vários
tipos de pessoas lá, mas no geral as personalidades não são tão
diferentes. São pessoas desinibidas que estão ali à procura de
um(a) parceiro(a). Se você costuma ir pra night esperando
encontrar um príncipe encantado, então você precisa rever seus
conceitos (todos eles, começando
pelo do príncipe).
As pessoas vão ali para arrumar parceiros para satisfazer seus
impulsos, principalmente os sexuais. Ninguém está ali para
descobrir quem tem o mesmo hobby que você, saber o que você quer
ser quando crescer. Todos estão ali para ver gente bonita e, se der
sorte, não terminarem a noite sozinhos. Se disso surgir um
relacionamento, é uma loteria.
Então, o sujeito chega com tudo em
você, por que você acha que é especial? Até o momento ele só
enxergou sua beleza (no melhor dos casos), então a única conclusão
que você pode tirar é que ele quer ficar com você. Logo, por que
se encantar? Por que acreditar que ele te considera especial? Antes
de você, foi com outra. Se você não der bola, haverá uma próxima.
Horrível? Considerando que esse é o maior propósito de tais
eventos, não. Mas é justamente esse o tipo que você curte: o
ousado, o de roupas da moda, o playboy, o pegador. Não há problema
nenhum nisso, a questão é o que você espera dele.
Você se agrada, se entrega, dorme com
ele em algum lugar. O mínimo que você pode esperar é respeito (não
divulgar vídeos seus, não espancar ou destratar), nada mais. Isso
não significa mensagens ao longo do dia, flores, poesia (aliás, as
mulheres ainda gostam dessas coisas?), pedidos de namoro. Ele saiu
com um objetivo, o qual foi alcançado.
E qual era seu objetivo? Imaginava ganhar o coração
dele com isso? Achava-se diferente
das demais?
Pensa que não houve outras antes de você? Intuitivamente você
sabia o tipo de homem que ele era – e foi isso que te
atraiu. No seu
íntimo você sabia no que estava se envolvendo, então por que agora
fica se lamentando, reclamando que foi seduzida? Que
tal assumir a responsabilidade por seus atos em vez de se portar como
as inocentes mulheres dos séculos passados? Você
sempre soube que esse era um cara pra curtir.
Por
outro lado, você, também
instintivamente, reconhece o tipo de homem caseiro, “certinho”,
do tipo “bom filho, bom marido”, que
fala em vez de fazer, responsável,
mas... sem pegada (embora você apenas possa supor isso).
Automaticamente, você o
associa com um casamento tranquilo, estável e... chato (embora isso
também seja suposição).
Você não se imagina indo
curtir a noite com ele, fazendo
loucuras na praia num pôr-do-sol ou viajando inesperadamente a
lugares estimulantes. Mas
sabe que seria
um bom pai para seus filhos, se os tivesse. Ou
seja, você sabe que esse é um homem para casar.
As
mulheres passaram séculos sem ter liberdade de se expressar e de
expressar seus anseios e desejos. Depois de muita
luta, finalmente ganharam abertura para expor seus sentimentos. No
entanto, muitas, passado tanto tempo sem essa possibilidade, agora
que a tem,
não sabem o que fazer com ela. Limitam-se
a repetir modelos exauridos
de
anos anteriores – de que o
sexo está limitado ao amor, de que só se deve ter relações
em um relacionamento sério.
Muitas refream seus desejos
sexuais ao ponto de fazerem
crer que não
os
possuem e apressam-se em
acusar
as que têm a coragem de expressá-los.
Muitas imaginam que para usar
de sua liberdade nos relacionamentos devem
abrir mão de sua moralidade
ou imagem
perante os outros – como se
isso fosse da
maior relevância. Conheço
uma jovem do tipo recatada, daquelas que todos tomam por modelo de
comportamento, religiosa e etc., mas que, antes de casar, teve
diversos namorados (nesse
caso, todos oficiais), e
ainda assim manteve a admiração dos outros.
Também conheço
o
caso de uma estagiária que saiu com vários funcionários da
empresa, e somente bastante
tempo depois os
rapazes que saíam com ela vieram a descobrir o
fato.
As
mulheres precisam aproveitar os tempos em que vivemos e seguir seus
desejos
– desde que com responsabilidade, sabendo que é responsável por
seus atos. Aprender que devem
curtir com os homens que consideram úteis a isso, sem sentir a
consciência pesada por
desfrutar de um momento desprendido de uma relação
duradoura. Este pode vir a ser o homem com
quem irá se casar – se é que irá se casar –, ou não. Talvez
se decida pelo outro, o do casamento estável –
ou talvez você queira experimentar a pegada de um homem pra casar.
Você pode fazer qualquer escolha, desde que seja através de sua
própria consciência, e não pautada por comportamentos
fossilizados e preconceitos
históricos.