“Todo homem trai. É de sua
natureza.”. Ouvi essa frase há um tempo, de uma mulher. Talvez sua
motivação para acreditar na sentença tenha sido uma sequência de
desilusões amorosas ou a ciência de casos infelizes de amigas que
se viram traídas por seus companheiros. Reconheço que é bastante
difícil escapar incólume de uma relação, mas talvez seja
necessário analisar a questão mais de perto.
De acordo com os evolucionistas, o
impulso sexual masculino deve-se ao fato de, nos primórdios da vida
na terra, o macho precisar distribuir seu material genético o máximo
possível, o que, naquela época, significava copular com a maior
quantidade de fêmeas que conseguisse. Isso incluía afugentar os
mais fracos e o coito forçado. Essa atitude ainda pode ser vista
abundantemente no reino animal.
Ora, sabemos que há muito deixamos as
cavernas e a barbárie e criamos sociedades organizadas e socialmente
complexas, com relações culturais bem diferentes das de antes,
refletindo em mudanças nas relações amorosas. Na essência, o
homem de hoje e seu ancestral distante e bruto não diferem muito,
mas à medida que uma criança cresce e se desenvolve cercada de
príncipios, regras, tecnologias e manifestações artísticas e
culturais, ela adquire um intelecto que a permite transpor sua
natureza e portar-se de modo conveniente no mundo moderno.
Obviamente, essa não é uma regra
geral. Tanto há os culturalmente instruídos que se satisfazem
obedecendo a seus instintos, como há os pobres de conhecimento que
alcançaram elevado padrão moral e ético. No entanto, via de regra,
podemos identificar o provável caráter de uma pessoa através de
ações da mesma. Algumas atitudes tem forte relação entre si,
embora possam não ter (ou ter muito fracamente) relação com
outras. Vejamos um exemplo.
Sempre foi bastante comum haver festas
dedicadas à liberação sexual. Durante a maior parte do tempo as
pessoas comportam-se obedecendo a padrões definidos pela sociedade,
mas em festas desse tipo tudo é liberado. Se no passado tais eventos
eram restritos (a exemplo dos bacanais romanos), hoje eles são
abertos ao público. É o caso da maioria das bandas que se
apresentam em trios elétricos ou promovem shows onde as músicas
servem apenas para incitar o ato sexual. Embora haja desavisados (ou
ingênuos) que frequentam tais lugares “apenas pela música” ou
“apenas para sair de casa”, o objetivo desses ajuntamentos é
relacionar-se. Encontrar parceiros sexuais e realizar a cópula.
O impressionante é que muitas pessoas
vão a tais lugares esperando encontrar companheiros para relações
sérias ou duradouras. Embora isso possa acontecer, a possibilidade
de um relacionamento iniciado dessa forma fracassar é alta.
Principalmente se o único fator que levou o homem a escolher uma
determinada mulher naquele dia foi a beleza desta ou se ele vinha de
seguidos insucessos, ou ainda precisava terminar a festa com alguém.
Se após isso o relacionamento continua sem que um se torne
interessante para o outro, o término é a única coisa a se esperar.
E mais impressionante ainda é o fato de que a maioria das mulheres
voltam a tais festividades em busca de outro parceiro, repetindo a
mesma história, sempre esperando algo diferente fazendo a mesma
coisa.
Daí passam a rotular todos os homens,
quando elas apenas conhecem um tipo de homem, que frequentam um tipo
de lugar, que portam-se de uma mesma forma. Não tem coragem de
experimentar, mudar seus hábitos, alterar seus critérios. A essas
eu apenas posso desejar sorte.
Nossa, senti um certo ar de revolta ai, mas adorei o seu texto. Mais um ótimo texto eu diria, a mais pura verdade!
ResponderExcluirRevolta? Talvez um pouco, contra as pessoas que generalizam porque se aplicam a apenas um tipo de experiência.
ExcluirConcordo que relações iniciadas em ambientes assim tendem ao fracasso, mas estas não são as únicas que fracassam e muito menos apenas pessoas que frequentam estas festas acabam traindo ou vivenciando um relacionamento "falido", sendo assim te pergunto, todo homem trai?
ResponderExcluirConcordo com tudo o que você falou, só não concordo com as pessoas que apostam unicamente nesse modelo e depois generalizam e reclamam dos desdobramentos.
ExcluirQuanto a sua pergunta, a resposta é: não. Mas não é fácil encontrá-los :)
Concordo que todo homem não trai, mas 99,9% sim... Aqueles que ainda não o fizeram farão, exceto raras, muito raras exceções.
ExcluirA mulher já não é mais tão fiel quanto antigamente, estamos em uma relação de 50/50 (fieis e infieis) aumentando a possibilidade do homem que não trai encontrar um mulher infiel e ele mudar de ideia com relação à fidelidade :/
Solução: achar um homem que traiu, se arrependeu e aprendeu a lição (de preferência que não tenha pendencias aventureiras). Caso contrário achar algum que faça parte do 0,01% é muito difícil. :)
Bem, td que fazemos está envolto na cultura. A cultura está mudando, só não sei onde vamos parar, eheheeh. Espero que em um plano que favoreça ambos os sexos.
ExcluirESTAMOS EM UMA ÉPOCA E NUMA "EVOLUÇÃO HUMANA" EM QUE NÃO SÓ HOMENS TRAEM COMO MULHERES BUSCANDO LIBERDADE E DIREITOS IGUIAS (E OS TEM") TRAEM TAMBEM , E É UM TIPO DE PRÉ CONCEITO ROTULAR COMO TRAIDOR UM PULADOR DE CERCA INVETERADO.
ResponderExcluirAcho que a pergunta que devemos fazer é: o que queremos? Traímos por vingança ou por princípio? Aceitamos trair e sermos traídos? Se a aceitação for igual de ambas as partes, parece que todo mundo fica "feliz".
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluiradorei, principalmente a parte dos ingênuos kkkkk (que resumão do carnaval estilo baiano).Quem curte costuma dizer: essa música é boa pra curtir numa festa, no carnaval...Mas música boa mesmo é ....E devo admitir que já dancei um bocadinho essas musicas rsrs. Tava lendo os seus textos mais famosos.
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