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sábado, 27 de outubro de 2012

Homem pra casar e homem pra curtir

A expressão machista pode ser utilizada sem prejuízo de conteúdo pelas mulheres. A questão é as mulheres saberem o que esperar de cada tipo de homem.


Todo mundo já ouviu a expressão “mulher pra casar e mulher pra curtir” – para horror das feministas de plantão. Mas o que não se fala é que também há homens para casar e para curtir. A questão é que as mulheres, apesar de saberem do fato, não fazem bom uso disso.

Não acredita? Então me explica que tipo de homem você escolhe ficar numa balada. A propósito, que tipo de homem você espera encontrar numa balada? Claro que há vários tipos de pessoas lá, mas no geral as personalidades não são tão diferentes. São pessoas desinibidas que estão ali à procura de um(a) parceiro(a). Se você costuma ir pra night esperando encontrar um príncipe encantado, então você precisa rever seus conceitos (todos eles, começando pelo do príncipe). As pessoas vão ali para arrumar parceiros para satisfazer seus impulsos, principalmente os sexuais. Ninguém está ali para descobrir quem tem o mesmo hobby que você, saber o que você quer ser quando crescer. Todos estão ali para ver gente bonita e, se der sorte, não terminarem a noite sozinhos. Se disso surgir um relacionamento, é uma loteria.

Então, o sujeito chega com tudo em você, por que você acha que é especial? Até o momento ele só enxergou sua beleza (no melhor dos casos), então a única conclusão que você pode tirar é que ele quer ficar com você. Logo, por que se encantar? Por que acreditar que ele te considera especial? Antes de você, foi com outra. Se você não der bola, haverá uma próxima. Horrível? Considerando que esse é o maior propósito de tais eventos, não. Mas é justamente esse o tipo que você curte: o ousado, o de roupas da moda, o playboy, o pegador. Não há problema nenhum nisso, a questão é o que você espera dele.

Você se agrada, se entrega, dorme com ele em algum lugar. O mínimo que você pode esperar é respeito (não divulgar vídeos seus, não espancar ou destratar), nada mais. Isso não significa mensagens ao longo do dia, flores, poesia (aliás, as mulheres ainda gostam dessas coisas?), pedidos de namoro. Ele saiu com um objetivo, o qual foi alcançado. E qual era seu objetivo? Imaginava ganhar o coração dele com isso? Achava-se diferente das demais? Pensa que não houve outras antes de você? Intuitivamente você sabia o tipo de homem que ele era – e foi isso que te atraiu. No seu íntimo você sabia no que estava se envolvendo, então por que agora fica se lamentando, reclamando que foi seduzida? Que tal assumir a responsabilidade por seus atos em vez de se portar como as inocentes mulheres dos séculos passados? Você sempre soube que esse era um cara pra curtir.

Por outro lado, você, também instintivamente, reconhece o tipo de homem caseiro, “certinho”, do tipo “bom filho, bom marido”, que fala em vez de fazer, responsável, mas... sem pegada (embora você apenas possa supor isso). Automaticamente, você o associa com um casamento tranquilo, estável e... chato (embora isso também seja suposição). Você não se imagina indo curtir a noite com ele, fazendo loucuras na praia num pôr-do-sol ou viajando inesperadamente a lugares estimulantes. Mas sabe que seria um bom pai para seus filhos, se os tivesse. Ou seja, você sabe que esse é um homem para casar.

As mulheres passaram séculos sem ter liberdade de se expressar e de expressar seus anseios e desejos. Depois de muita luta, finalmente ganharam abertura para expor seus sentimentos. No entanto, muitas, passado tanto tempo sem essa possibilidade, agora que a tem, não sabem o que fazer com ela. Limitam-se a repetir modelos exauridos de anos anteriores – de que o sexo está limitado ao amor, de que só se deve ter relações em um relacionamento sério. Muitas refream seus desejos sexuais ao ponto de fazerem crer que não os possuem e apressam-se em acusar as que têm a coragem de expressá-los. Muitas imaginam que para usar de sua liberdade nos relacionamentos devem abrir mão de sua moralidade ou imagem perante os outros – como se isso fosse da maior relevância. Conheço uma jovem do tipo recatada, daquelas que todos tomam por modelo de comportamento, religiosa e etc., mas que, antes de casar, teve diversos namorados (nesse caso, todos oficiais), e ainda assim manteve a admiração dos outros. Também conheço o caso de uma estagiária que saiu com vários funcionários da empresa, e somente bastante tempo depois os rapazes que saíam com ela vieram a descobrir o fato.

As mulheres precisam aproveitar os tempos em que vivemos e seguir seus desejos – desde que com responsabilidade, sabendo que é responsável por seus atos. Aprender que devem curtir com os homens que consideram úteis a isso, sem sentir a consciência pesada por desfrutar de um momento desprendido de uma relação duradoura. Este pode vir a ser o homem com quem irá se casar – se é que irá se casar –, ou não. Talvez se decida pelo outro, o do casamento estável – ou talvez você queira experimentar a pegada de um homem pra casar. Você pode fazer qualquer escolha, desde que seja através de sua própria consciência, e não pautada por comportamentos fossilizados e preconceitos históricos.

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