vã felicidade
Sorrisos, abraços
não são de verdade
São velhos, crianças
diversas idades
se embalam, se enganam
por sua cidade
agora festiva
pejada
de artes
Promete alegria
nenhuma maldade
a seus visitantes
que vêm de outras partes
Quem dera não fosse
nenhuma inverdade
o tom de magia
em tal festividade
que por alguns dias
mascara
igualdade
mas traz escondido
além
dessa face
um
cenho sombrio
de pesados ares
que expõe e promove
com ferocidade
a alma humana
em intensidade
Ela traz consigo
um quê de maldade
que só demonstramos
na oportunidade
correta e constante
de ebriedade
Ferimos, matamos
com sagacidade
Batemos, xingamos
com vil crueldade
Traímos, julgamos
com iniquidade
Mentimos, forjamos
com seriedade
mentiras e planos
e meias-verdades
pr'aqueles que “amamos”
sem tenacidade
E após quatro dias
de fatalidades
é ver a tristeza
em todos olhares
A vida de volta
sem suavidade
O sonho se foi
Irrealidade...
É contar o saldo
de tantos desastres
Apenas serviu
pra destruir lares
pra encher mais copos
em todos os bares
trazer mais dinheiro
pros ricos rapaces*
para entorpecer
os pobres tenazes
de suas mazelas
de sua realidade
Fazer esquecer
que a prioridade
é destruir nossa
incapacidade
de produzir vida
em variedade
de procriar paz
com sobriedade
e dar assim cabo
de nosso impasse
de só ser feliz
em festas fugazes
uma vez ao ano
em dados lugares
fugindo da vida
com agilidade
se dando ao trabalho
com morosidade
vivendo, morrendo
sem
ter qualidade
de
vida, de morte
Que
fragilidade!
Que um dia acordemos
sem esses pesares
trazidos por uma
falácia debalde
que apenas serviu
em tons perspicazes
pra glória e louvor
da banalidade
pra atormentar todos
sensatos, quem sabe
que não simpatizam
com dons descartáveis
e
que só queriam
talvez
contumazes
uns dias de paz
e tranquilidade
* ávido por lucro
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