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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Sugestão de leitura




Título: O Livro do Amor
Autor: Regina Navarro Lins
Editora: Best Seller
ISBN: 978-85-7684-340-5 / 978-85-7684-614-7







Apesar das visíveis mudanças que temos presenciado nos modos como as pessoas se relacionam, podemos dizer que, atualmente, o amor está em voga. As crianças crescem com a certeza de que são seres incompletos, que seu objetivo na vida é encontrar o par perdido (e perfeito) e, caso não consigam, entregam-se à frustração por ter falhado em sua passagem pela terra. Pessoas pela metade, inacabadas, confiam a própria felicidade à dependência que nutrem por alguém. Desse modo, cometem erros cegos, mergulham na amargura e não poucas vezes desperdiçam anos preciosos de suas vidas.

Embora hoje isso seja uma verdade praticamente ululante, será que o amor sempre desfrutou de tamanho prestígio? Como será que os povos antigos de civilizações distantes encaravam as relações de paixão, amor e sexo? Regina Navarro Lins nos traz algumas respostas em O Livro do Amor (obra em dois volumes). O objetivo da autora é retratar ao máximo como as relações afetivas eram encaradas nos séculos anteriores. Cada capítulo abrange um período (pré-história, antiguidade, idade média, etc.) e, ao final de cada um deles, há uma seção de links, onde é realizada uma análise das influências e contrastes daquela era e a nossa. A pesquisa foi muito bem realizada e o panorama histórico é rico em detalhes.

Para a maioria das pessoas, é difícil acreditar que povos de outrora tivessem visões bastante diferentes da nossa. Grande parte de nossos princípios e convicções são fruto da cultura em que somos criados, absorvendo muitas vezes as regras sociais sem qualquer tipo de questionamento. Até que ponto o social nos afeta é uma questão delicada (inclusive muitos defendem que, como não há o ser humano “puro”, toda nossa índole é moldada pela cultura em que estamos imersos), mas decerto é o suficiente para pautarmos nossa conduta segundo os paradigmas vigentes. Embora seja um sentimento, o amor – em alguma definição, uma vez que pode haver várias –, não está a salvo da influência da sociedade. Por serem facilmente influenciáveis ou por seguirem modelos ditados pela maioria a fim de se identificarem com o grupo, as pessoas não conseguem vislumbrar outras formas de encarar e expressar o sentimento que têm por outrem, limitando-se aos padrões praticamente impostos a elas.

O primeiro passo para reavaliar e mudar uma atitude é reconhecê-la, o que se dá através da busca de conhecimento. À medida que o leitor avança pelas páginas do livro, ele notará o quão variável pode ser o conceito de amor. Povos de outras eras adotaram diversas variações da forma que conhecemos hoje. Algumas podem parecer absurdas, mas à época eram aceitas como verdades imutáveis – assim como acreditamos que nossos conceitos são os mais acertados possíveis. A sociedade encontra-se em um estágio de desenvolvimento tal que pode mesclar formas diferentes de relacionamentos, mas o indivíduo que tentar isso precisa ter coragem para lidar com o incômodo que os outros sentirão. Temos muitas armas à mão, mas entraves como preconceito, incompreensão e hipocrisia surgem como inimigos poderosíssimos contra os quais devemos lutar sempre.

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