O
astro-rei definha
Vai
dando lugar à dama-da-noite
Ele
vai fazer as vezes de contra-regra
para
que o espetáculo daquela seja glorioso
Vai
surgindo, lentamente
Primeiro
a fronte, tímida a princípio
Após,
o corpo volumoso
Por
fim, ergue-se confiante
Vai
acariciando o mar com sua aura luminosa
Este
a agradece por torná-lo sublime
um
imenso espelho de luz
A
assistência, cheia de expectativa,
reverencia
o espetáculo em curso
Surge
totalmente – enorme, brilhante, alaranjada
Os
casais entreolham-se e sorriem
O
beijo é abençoado pela mãe do romantismo
Sim
peca
aquele que assiste a tudo isso sozinho
*
* *
Já
vai altaneira a prima-dona
Perpassa
o véu celeste de maneira imponente
contemplando
os que estão sob seu caminho
Alegram-se
ao vê-la
Os
jardins concorrem para receber seu acalanto
O
homem que trabalha em sua vigília encontra nela uma companhia
O
outro, cujo sono lhe escapa
não
se contenta em vê-la disforme através do vidro
e
sai a saudá-la
*
* *
Dando
a cada um sua dádiva
caminha
sempre firme
seguindo
seu trajeto
Por
fim, principia a retirada de cena
acompanhada
pela mudança do cenário
Porém,
deixa em cada um
que
assistiu a sua apresentação noturna
a
esperança de seu retorno
Vivenciar
novamente profundas emoções
Despede-se
a mãe de toda as mulheres
e
dos poetas românticos
Perde-se
no azul fulgurante que retoma o céu,
e
sobe noutro palco, alhures
além
Adorei!
ResponderExcluirADOOREI!
ResponderExcluirAmei...
ResponderExcluir