Pesquisar este blog

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Feminismo

Algumas décadas atrás um grupo de mulheres organizaram uma série de protestos para demonstrar que estavam insatisfeitas com o papel que a sociedade lhes dispensava, sendo o símbolo maior dessa revolta a queima de sutiãs. Naquela época não havia escolha: o destino certo era o casamento (em muitos lugares, arranjado pelos pais) e a eterna vida de dona-de-casa, onde era sua obrigação cuidar do lar e dos filhos e esperar o marido chegar à noite.

Esse movimento ficou conhecido como Feminismo e abriu as portas para que a mulher tivesse poder de escolha sobre seu destino. Um reflexo de que antes ela não dispunha dessa liberdade é o fato de não haver muitas mulheres conhecidas na história do mundo (em todas as áreas: ciências, artes, filosofia, etc.), pois era-lhes vetada a participação e ingresso em universidades e atividades culturais-artísticas em geral. Muitas coisas hoje consideradas normais eram antes vistas com maus olhos pela sociedade. Um claro exemplo da situação da mulher nos tempos idos é a história de Joanna D'arc: a francesa teve participação heroica na Guerra dos Cem Anos, mas foi condenada à fogueira acusada de bruxaria.

O Feminismo pôs abaixo muitas das barreiras que impediam as mulheres de seguirem seus próprios caminhos, outorgando-lhes o direito de decidir o rumo de suas vidas. Hoje podemos ver mulheres em profissões anteriormente exclusiva de homens, como engenharia, por exemplo. Embora haja lutas a ganhar, muito já foi feito em favor delas.

No entanto, uma surpresa surgiu: mesmo com o poder de esolha, muitas mulheres preferiram seguir o mesmo rumo de antes – cuidar da casa e dos filhos. A diferença é o fato de não terem sido obrigadas a isso. Decidiram por sua própria vontade. Isso nos leva a uma conclusão: o papel de dona de casa nunca foi abjeto em si, mas sim a “predestinação” a que as mulheres estavam submissas. Naquele momento, era preciso combater o sistema atacando-o em seu símbolo-maior: o lar. Sendo assim, milhares partiram para o mercado de trabalho, negando a ocupação doméstica de que eram incumbidas por natureza. Romper era preciso.

Mas semelhante a uma superfície líquida que a princípio se agita ao receber uma gota que cai, mas se acalma com o tempo, assim as mulheres foram se acomodando na sociedade redesenhada por suas lutas. E não são poucas as que preferem abrir mão de uma carreira profissional para dedicarem-se à atividade doméstica. O Feminismo teve seu papel e sua importância inegável na história, mas ainda há hoje as que são adeptas ferrenhas das armas que eram úteis anos atrás, mas não hoje. O princípio da luta não é igualar os sexos, mas destacar os direitos devidos ao público feminino. Uma mulher de calça naquela época era um símbolo da luta, mas hoje frequentemente é um artigo de sensualidade – embora os homens ainda prefiram as saias. Hoje as mulheres entendem que devem mais do que nunca ser femininas, provando que podem valer-se de seus direitos sem abrir mão da natureza de seu gênero.

Talvez hoje a maior luta seja interna. Muitas mulheres aceitam tacitamente as jornadas de trabalho, sem lutar por incluir o companheiro nas atividades domésticas e cuidado com os filhos. Há ainda as que não incultem nos filhos homens suas obrigações dentro de casa, criando uma pessoa que no futuro achará estranho sua companheira querer compartilhar com ele as obrigações de casa.

O Feminismo abriu portas. Cabe agora às mulheres correr por uma delas e tentar ser feliz com suas escolhas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário