Até que ponto é razoável admitir que os supostos padrões de beleza ditados pela indústria da moda afetem as vidas das mulheres normais?
Uma revista de grande circulação
nacional trouxe por esses dias uma reportagem de capa a respeito do
“triunfo dos gordinhos”. De acordo com a revista, eles vem
ganhando espaço em todos os meios, tanto artísticos como os de
moda. Também afirmam que o padrão de beleza já não é o de
mulheres magérrimas, mas de mulheres normais... Espera aí! Mas
quando foi que mulheres esqueléticas foram padrão de beleza?
Não sei em que momento da história
da moda alguém (uma pessoa ridícula, decerto) entendeu e definiu
que modelos deveriam ser extremamente magras (e altas). O mais
estranho é que isso pegou. A partir daí, mulheres ingênuas
passaram a buscar as formas esquálidas daquelas escravas do mundo
fashion.
Uma
questão fundamental em qualquer discussão é a definição de
conceitos. O que é ser magra? Para a maioria das mulheres, ser
magra é não ser gorda. Nessa definição, colocam no mesmo balaio
tanto
mulheres que são levadas pelo vento como as fanáticas por malhação.
Por tratar-se de um conceito
relativo, resta saber o que é ser gorda. Para muitas, ser gorda é
ter mais de
quarenta quilos. Meninas,
isso não existe!
Questão
básica: para quem as mulheres querem ser bonitas? Para elas mesmas
ou para os outros? Independentemente
da resposta, pessoas querem ser bonitas para se sentirem bem – por
mais que você não goste, sim, a vida dos bonitos é mais fácil.
Mas o que muitas conseguem
perseguindo corpos retilíneos é encontrar depressão, tristeza,
insatisfação com seus corpos. Essa é você tentando buscar a
felicidade pŕopria baseada na alheia. Que tal medir como você é
bonita para os outros?
Algo que melhora em muito a autoestima é saber que os outros acham você bonito. Nesse quesito, os homens podem ser um poço de alegria para as mulheres. Você pode estar se lamentando pelos dois quilos que ganhou, mas, que importa? Eles nem vão perceber. E, caso percebam, não vão estar nem aí. Você pode estar triste porque não tem cinco centímetros a mais de altura. E daí? Não vai faltar quem te elogie por outros atributos. Seja lá qual for seu tipo físico (mesmo as muitíssimo magras), sempre haverá quem tenha apreciação por ele. Talvez você devesse ouvir mais a opinião sincera dessas pesoas do que dar ouvidos a figurões que ditam padrões de beleza irreais que hoje são e amanhã podem não ser. Basta lembrar que Cindy Crawford, que já foi uma das maiores modelos do mundo, hoje não seria aceita nem no mais simples cortiço fashion.
Dizer
que o padrão de beleza é imutável seria uma inverdade.
Preferências mudam com o
tempo, mas não é por imposição de um grupo de pessoas que isso
ocorre. Apesar de todo o apelo pela magreza (quando falo de magreza,
falo realmente de mulheres do porte das atuais modelos), você nunca
vai ver um pôster da modelo
mais famosa
do mundo dependurado em uma borracharia. E sabe por quê? Porque
aquele tipo não é a
preferência (ao menos atualmente) do público masculino. Se
soltarem uma dúzia de modelos em uma festa, certamente
elas não serão as mais cantadas. E sabe por quê? Porque você,
mulher comum, ainda é nossa preferência.
Muitas pessoas falam em preconceito
contra pessoas acima do peso. É verdade que isso existe, mas não é
esse o caso de a maioria dos homens preferirem as mulheres de curvas
bem definidas. Sem dúvida há um componente cultural na formação
do apreço por um determinado padrão físico, mas isso é
determinado na infância, e, após isso, é pouco propenso a
mudanças. Ao menos, não aos sabores da moda. É tão internalizado
que apenas um vulto sugere atração ou repulsa, inconscientemente.
PS:
Apenas um lembrete para as garotas que fazem o ponteiro da balança
subir: você pode estar feliz com sua aparência, só não descuide
da saúde. A obesidade
está associada a diversos
males ao
corpo.
Adorei! (:
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