Há alguns anos surgiu o conceito de redes sociais. Era então uma verdadeira febre. Pessoas se conheciam, se reencontravam, se despeitavam. As vidas passaram a ser um livro aberto. Pessoas que não tinham intimidade com os computadores se aproximaram deles. Fotos antigas se revelavam, enquanto novas surgiam apenas para popular os álbuns compartilhados. Novas palavras surgiram e uma nova cultura se deu. Houve uma época próspera, até que as banalizações começaram. Mensagens indesejadas, perfis falsos, apropriação de informações alheias. Fechamo-nos à novidade de outrora. De tão tomada por “delinquentes juvenis”, alguns decidiram abandonar o sistema. Ali não era lugar para pessoas sérias. Até que...
Surge uma nova rede social. Sendo novidade, destinam a ela a mesma carga de surpresa, admiração e seriedade reservada às coisas novas. “Essa é melhor!”, “Agora sim!”, “Você não tem?!?”. Depositam ali todas as informações da vida pessoal e depois passam a chave (ou ao menos acreditam fazer isso), sem saber que o perigo está do lado de dentro. De tantas restrições que alguns se valem, deterioram o adjetivo que caracteriza o sistema, de modo que melhor seria chamá-lo de anti-social. Apesar disso, ressurgem os encontros, desencontros, mal-assombros. Vem novas fotos, antigas, palavras, o filme todo novamente.
A nova rede tem como principal vantagem pegar carona nos (muitas vezes irritantes) apetrechos eletrônicos carregados a todo lugar. Assim, invade todos os ambientes que fazem parte das vidas das pessoas: casa, escola, trabalho. Como se não bastasse, irrompem também em meio a nossas atividades, comezinhas ou não: ver televisão, conversar com amigos num bar, praticar esportes. Aproximam-se assim do sonho da multipresença, podendo estar em diferentes lugares ao mesmo tempo, com real desvantagem para a localização no mundo real. O aparelhinho toma toda a atenção, encarnando o próprio sistema. Alguns lhe reservam um assento à mesa, um espaço na cama e até mesmo um lugar de destaque na vida.
Até mesmo aqueles que abominavam a primeira rede se renderam à recém-chegada. Pensam que aqueles que “deturparam” aquela não “desvirtuarão” esta também. Na verdade, passaram por um processo de condicionamento à nova realidade.
Assim seguem felizes, como cidadãos de ordem superior. Creditam à novidade toda sua felicidade, quando na verdade foram eles que encontraram um novo motivo para exercerem o direito de serem felizes. Receberam de braços abertos recursos que já existiam, travestidos de novo. Fizeram festa, tocaram música, rajaram fogos. Até que...
Por fim o tempo tragará a manta de novidade, e essa rede será levada ao destino das coisas antigas. Será execrada pelos seus antes fieis seguidores. Picharão seus paineis e lhe atirarão pedras. Surgirá então uma nova rede, e todos voltarão a se alegrar. Virá novamente a busca por conhecidos de perto, sumidos de longe e, talvez, novas amizades. Fotos idem, palavras também, num eterno carrossel que nós mesmos fazemos girar.
E assim caminham os internautas.
Maldito Mark Zuckerberg ... e a pergunta que não quer calar: "O que ele fará com essas informações?" hehehe ... E ae vc ainda continua interessado pela Antarctica? hehehe ;D
ResponderExcluirBem, Samira, saiu uma reportagem na revista Época recentemente (de capa, inclusive) sobre o face. La consta como nossos dados sao tratados: amontoados em bases gigantescas e esquadrinhaados por data mining a fim de procurar padroes e vender a empresas de acordo com nosso perfil. Isso é o que move o noegocio.
ResponderExcluirQuanto a Antarctica, bem... Parece q sim, ainda continuo interessado nela, eheheh!
É Josué, imagina a massa de dados valiosa que ele tem nas mãos ... O meu face deve está gerando uma fortuna pra ele hehehe ... vou dá uma filtrada nas informações dele depois >:/ ... E "a BOA" disso tudo é q vc meu amigo Josué, agora é estatística para Antárctica ... hihihi ;D
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