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quinta-feira, 1 de março de 2012

Em defesa de Justin

Se você é um desses que torcem o nariz ao ouvir falar de Justin Bieber, tenho uma pergunta pra você: o que exatamente você não gosta nele? Aceito várias respostas: você pode não gostar do tipo de música. Ok, é voltada para o público adolescente. Você pode achar as letras vazias. Aceito (mas se você ouve a maioria das músicas brasileiras que aí estão sua ponderação está anulada). Você tem inveja. Perfeitamente. Com bem menos idade ele alcançou o que talvez você nunca vá alcançar na vida inteira. Você tem vergonha de afirmar que gosta de suas músicas. Tudo bem, é normal não querer ser azucrinado pelos colegas. Você questiona sua orientação sexual. Isso não é problema seu. Talvez você devesse procurar outras formas de não questionar a sua própria. Mas se você tem por argumento a afirmação que ele não canta bem, então tenho que intervir.
 
Que tal questionarmos seu conhecimento em música (mais especificamente na área referente ao canto)? Você sabe o que é impostação? Registro de peito? De cabeça? Já ouviu falar em meia-voz e falsete? Que tal melismas? Vibrato é algo estranho pra você? Conhece execução a cappella? Consegue diferenciar um tenor de um barítono? A composição vocal do canto black (dica: sem o baixo) lhe é peculiar? Pode definir scat? E o yodel? Você acha que isso é uma doença?
 
Caso você tenha titubeado nos questionamentos acima, arremato: você ainda acha que tem autoridade para afirmar se alguém canta bem ou não? Claro, você pode gostar ou não de uma voz, mas daí a destratá-la unicamente por sua falta de conhecimento é ser ignorante duas vezes. Já nos bastam os ridículos e desprezíveis shows de calouros de nossa televisão, que se valem de critérios os mais escusos e distantes da música para pontuar os concorrentes.
 
Da próxima vez que você abrir a boca para falar de alguém que canta bem ou mal, é melhor que tenha bons argumentos a apresentar.

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