É engraçado como aqui no Brasil as
pessoas tem o costume de errar o alvo. Se algo não está bom, faz-se
um remendo, um engodo, e pronto. Tudo resolvido. Nunca se procura a
real causa do problema, de modo que ele nunca é sanado e sempre
retorna. Que o diga a enorme quantia de dinheiro gasta em nossas
estradas, sempre péssimas. Limitam-se a tapar buracos, às vezes até
rapidamente, mas a estrutura reles é sempre a mesma.
Há alguns anos tivemos um referendo
para decidirmos se queríamos continuar com o porte legal de armas. A
justificativa para tantos milhões gastos nesse processo era impedir
que criminosos se apoderassem de armas que foram adquiridas por
cidadãos através de meios legais. Ora, todos sabem que a principal
origem das armas de traficantes e bandidos é o comércio ilegal de
armas contrabandeadas por unidades de segurança oficiais, como o
exército e as polícias. Se dependessem das armas dos pouquíssimos
cidadãos que as tem registradas eles não teriam arsenais como
bazucas, lança-mísseis, granadas, submetralhadoras, fuzis, etc.
Isso é armamento pesado conseguido em conluio com nossas autoridades
de segurança. Esse referendo foi uma tentativa de mostrar que
estavam pensando na segurança da população, quando na verdade
apenas queriam tirar um direito – pouco exercido, é verdade –
que temos.
Recentemente até os dicionários
foram alvo da cegueira de nossos políticos. Em vez de lutarem contra
a discriminação em diversas esferas, viram que era mais fácil
condenar a descrição de uma palavra ofensiva no dicionário. O
termo “cigano” foi considerado inadequado por, além do
significado usual, também significar “aquele que trapaceia,
velhaco, burlador”. Ora, um dicionário não cria léxicos, apenas
descreve o que todo mundo fala. Tanto que, após o uso de um
determinado novo termo cair nas graças do povo, só em uma edição
futura o dicionário irá registrá-lo. Mas nosso poder democrático
acredita que eliminando a descrição de tal termo no dicionário os
problemas do mundo serão resolvidos. Daqui uns dias vão mandar
suprimir os termos “fome”, “violência”, “roubo”,
“miséria”. E quem sabe “morte”. Aí viveremos para sempre.
Concordo com tudo que você falou, principalmente o caso das armas e essa do dicionário então... É engraçado pensar que vão acabar com certas coisas, apenas excluindo o nome delas... Isso não é resolver, isso para mim, é fugir da situação!
ResponderExcluirExatamente: fugir da situação. O problema é que um dia ela tera q ser resolvida... Quem estiver com a batata-quente na epoca eh q vai ter q se virar...
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