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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sugestão de leitura


Título: Grito de Guerra da Mãe-tigre
Autora: Amy Chua
Editora: Intrínseca
ISBN: 978-85-8057-046-5







Que os orientais são bons no que fazem – e isso inclui praticamente tudo, principalmente com o advento chinês – todo mundo sabe. O que a maioria das pessoas não sabe é o que há por trás de tanto sucesso. Quanto tempo e quanto esforço são dispendidos para alcançar esses resultados notáveis? É um preço bastante alto, que a maioria das pessoas não está disposta a pagar. No delicioso livro de Amy Chua, Grito de Guerra da Mãe-tigre, temos uma amostra de como é a rotina de uma mãe chinesa (no dizer da autora) no trato com os filhos, além de confissões sinceras de carinho, amor e desavenças. Disciplina e rigidez são o mínimo. Esforço extenuante e ausência de descanso são comuns. Perfeição é o que se espera – e nada menos que isso.

A contra-capa do livro apresenta o resumo do que seria o “treinamento” da mãe-chinesa:
  • os deveres escolares são sempre prioritários;
  • um A-menos* é uma nota ruim;
  • seus filhos devem estar dois anos à frente dos colegas de turma em matemática;
  • os filhos jamais devem ser elogiados em público;
  • se seu filho algum dia discordar de um professor ou treinador, sempre tome o partido do professor ou do treinador;
  • as únicas atividades que seus filhos deveriam ter permissão de praticar são aquelas em que pudessem ganhar uma medalha;
  • essa medalha deve ser de ouro.

Pode parecer assustador à primeira vista – na verdade, após várias vistas ainda parecerá assustador –, mas o que está por detrás disso é o interesse dos pais pelo sucesso dos filhos. E isso está acima de sua realização pessoal, não importa quanto tempo tenha que ser investido nisso. Na verdade, os pais chineses acreditam que os filhos ficarão satisfeitos quando perceberem os frutos de anos de trabalho árduo. A certa altura do livro ela comenta que um pai americano lhe disse que seu modo chinês de criar filhos os tornará infelizes. Ela indaga se as crianças ocidentais são felizes. É de fato uma questão para refletirmos. Os filhos aqui no ocidente são criados sem propósito algum. Ir à escola é mais um costume que uma preparação. Os pais que trabalham ocupam o tempo livre mimando seus filhos, estragando-os como cidadãos. As crianças crescem sem interesse por nada e sem saber fazer nada de útil. E recebem elogios por qualquer atividade realizada, mesmo de péssima qualidade. Esses pais definitivamente estão se esquecendo de que devem preparar os filhos para enfrentar a vida, e ela não terá pena dos fracos. Que sociedade teremos se as crianças de hoje sofrem lesões por esforço repetitivo devido ao excesso de games, ou tomam remédio para diabéticos por conta do consumo abusivo de açúcar? Não seria obrigação dos pais guiar os filhos nos caminhos mais adequados da vida? Será que não é importante a criança ter respeito pelas autoridades, sendo que a primeira é a figura dos pais? Não seria interessante que as crianças testassem seus limites em vez de desistirem diante da primeira dificuldade? É moralmente aceitável que pré-adolescentes iniciem tão cedo sua vida de vícios em álcool e drogas? Serão mesmo felizes essas crianças?


*algo como 9,0

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Leia mesmo. Recomendo fortemente. É de uma leitura muito agradável, você não consegue mais parar depois que comeca, eheheh!

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