Título: Grito de Guerra da Mãe-tigre
Autora: Amy Chua
Editora: Intrínseca
ISBN: 978-85-8057-046-5
Que os
orientais são bons no que fazem – e isso inclui praticamente tudo,
principalmente com o advento chinês – todo mundo sabe. O que a
maioria das pessoas não sabe é o que há por trás de tanto
sucesso. Quanto tempo e quanto esforço são dispendidos para
alcançar esses resultados notáveis? É um preço bastante alto, que
a maioria das pessoas não está disposta a pagar. No delicioso livro
de Amy Chua, Grito de Guerra da Mãe-tigre, temos uma amostra
de como é a rotina de uma mãe chinesa (no dizer da autora) no trato
com os filhos, além de confissões sinceras de carinho, amor e
desavenças. Disciplina e rigidez são o mínimo. Esforço extenuante
e ausência de descanso são comuns. Perfeição é o que se espera –
e nada menos que isso.
A
contra-capa do livro apresenta o resumo do que seria o “treinamento”
da mãe-chinesa:
- os deveres escolares são sempre prioritários;
- um A-menos* é uma nota ruim;
- seus filhos devem estar dois anos à frente dos colegas de turma em matemática;
- os filhos jamais devem ser elogiados em público;
- se seu filho algum dia discordar de um professor ou treinador, sempre tome o partido do professor ou do treinador;
- as únicas atividades que seus filhos deveriam ter permissão de praticar são aquelas em que pudessem ganhar uma medalha;
- essa medalha deve ser de ouro.
Pode
parecer assustador à primeira vista – na verdade, após várias
vistas ainda parecerá assustador –, mas o que está por detrás
disso é o interesse dos pais pelo sucesso dos filhos. E isso está
acima de sua realização pessoal, não importa quanto tempo tenha
que ser investido nisso. Na verdade, os pais chineses acreditam que
os filhos ficarão satisfeitos quando perceberem os frutos de anos de
trabalho árduo. A certa altura do livro ela comenta que um pai
americano lhe disse que seu modo chinês de criar filhos os tornará
infelizes. Ela indaga se as crianças ocidentais são felizes. É de
fato uma questão para refletirmos. Os filhos aqui no ocidente são
criados sem propósito algum. Ir à escola é mais um costume que uma
preparação. Os pais que trabalham ocupam o tempo livre mimando seus
filhos, estragando-os como cidadãos. As crianças crescem sem
interesse por nada e sem saber fazer nada de útil. E recebem elogios
por qualquer atividade realizada, mesmo de péssima qualidade. Esses
pais definitivamente estão se esquecendo de que devem preparar os
filhos para enfrentar a vida, e ela não terá pena dos fracos. Que
sociedade teremos se as crianças de hoje sofrem lesões por esforço
repetitivo devido ao excesso de games,
ou tomam remédio para diabéticos por conta do consumo abusivo de
açúcar? Não seria obrigação dos pais guiar os filhos nos
caminhos mais adequados da vida? Será
que não é importante a criança ter respeito pelas autoridades,
sendo que a primeira é a figura dos pais? Não seria interessante
que as crianças testassem seus limites em vez de desistirem diante
da primeira dificuldade? É moralmente aceitável que
pré-adolescentes iniciem tão cedo sua vida de vícios em álcool e
drogas? Serão mesmo felizes essas crianças?
*algo como
9,0
Simplesmente ótimo. Lerei *O*
ResponderExcluirLeia mesmo. Recomendo fortemente. É de uma leitura muito agradável, você não consegue mais parar depois que comeca, eheheh!
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