Há muitas pessoas que não demonstram
dedicação em seus trabalhos porque recebem pouco ou não são
reconhecidas. Alegam que não trabalharão para enriquecer seus
patrões. Deixe-me dizer que você está equivocado. Tudo o que você
faz, faz para você mesmo.
Não importa qual seja seu trabalho,
faça ele bem-feito. Se você é estagiário, porteiro, vigilante,
faxineiro, não importa. Algum dia você será reconhecido – pelo
seu patrão ou outrem. Competência e dedicação são qualidades que
se esperam em todas as atividades. Você pode ser convidado a ocupar
posições melhores devido apenas a isso. Não estou dizendo que será
rápido ou fácil. Mas agir de maneira correta trará benefícios
diretamente a você.
O mesmo acontece com o agir
honestamente. Ser justo e fazer o bem no mínimo lhe farão sentir
bem. No limite, chamará os outros à consciência de que a cortesia
em sociedade melhora as relações. Quando você trata bem uma pessoa
que pode lhe fazer o mal, é até possível que este releve a atitude
maldosa. Já vi muitos casos em que pessoas marginalizadas pediam
dinheiro apenas para testar outra pessoa, ao notarem que esta possuía
moedas. Caso dessem qualquer quantia, saíam ilesos. Caso contrário,
sofriam leves represálias. Não estou defendendo a assistência
pecuniária a vagabundos, mas não podemos defender ideais em
situações insustentáveis que não surtirão efeitos – apenas
colocarão em risco nossa integridade física e moral. Também já vi
casos em que pessoas sofreram afrontas pessoais de pedintes apenas
pelo modo rude de negarem dar-lhes dinheiro, e não pelo fato de não
lhe darem algo. Ora, ninguém quer ser tratado mal. Nem mesmo os que
estão à margem da sociedade. À medida que você lhes dispensa um
tratamento desumano, contribui para que ele hostilize ainda mais a
sociedade. Tratando-o bem, ele ainda poderá ter esperanças de uma
vida melhor – que permanecerá como sonho se não houver políticas
públicas e sociais que a implementem.
Um caso emblemático nesse contexto é
a relação professor-aluno. Ora, qualquer trabalho desenvolvido pelo
aluno não tem em vista acrescentar nada ao professor. Este já tem
seu rumo e seu caminho. O destino de provas e estudos é puramente
direcionado ao aluno. Tudo o que ele fizer em sua vida escolar
refletirá nele. Um dia talvez ele precise do conhecimento que teve a
oportunidade de aprender e deixou passar devido à facilidade em
burlar o sistema de avaliação escolar. Nesse dia ele perceberá
(talvez amargamente) que não enganou os mestres, mas a si mesmo.
Melhor do que ter um currículo é ter
uma defesa pública de sua personalidade. Esse testemunho é dado por
todas as pessoas que tiveram contato com você. Pessoas que você
ajudou, pessoas a quem você estendeu a mão. Pessoas a quem você
sorriu, e mesmo pessoas que precisavam de um sermão oportuno. Tudo o
que você faz volta para si, em uma força maior ou menor. Ou seja,
mesmo revestido do mais sincero altruísmo, suas atitudes tem um alvo
certo: você.
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