O homem passa com dezenas de balões
cheios, revoltos,
teimosos, em polvorosa
Coloridos, agitam-se com a
cadência dos passos
O homem tenta os conduzir
em paz
Mas aqui e ali estouram um
e outro
Desfavorecendo o conjunto
Mas de repente um deles se
desprende
Voa rápido, nervosamente
Não sabe, a princípio,
aonde ir
Sabe apenas que quer ir ao
longe
O homem o olha, mas o
despreza
Afinal, há tantos
ainda...
E o balão voa
Alheio aos perigos
alheio de tudo
Não sabe que pode
extinguir-se a qualquer instante
E, por não saber, não se
importa
Quer apenas voar
Subir
Passear pelo universo
Desvendá-lo
Não espera nada
Não tem promessas,
ninguém esperando
É livre, é o que importa
E de liberdade se alimenta
E, enquanto comportar o gás
que lhe dá vida,
voará
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