Pesquisar este blog

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O balão


O homem passa com dezenas de balões
cheios, revoltos, teimosos, em polvorosa
Coloridos, agitam-se com a cadência dos passos
O homem tenta os conduzir em paz
Mas aqui e ali estouram um e outro
Desfavorecendo o conjunto
Mas de repente um deles se desprende
Voa rápido, nervosamente
Não sabe, a princípio, aonde ir
Sabe apenas que quer ir ao longe
O homem o olha, mas o despreza
Afinal, há tantos ainda...
E o balão voa
Alheio aos perigos
alheio de tudo
Não sabe que pode extinguir-se a qualquer instante
E, por não saber, não se importa
Quer apenas voar
Subir
Passear pelo universo
Desvendá-lo
Não espera nada
Não tem promessas, ninguém esperando
É livre, é o que importa
E de liberdade se alimenta
E, enquanto comportar o gás que lhe dá vida,
voará

Nenhum comentário:

Postar um comentário